Efeitos colaterais da testosterona
A edição desta semana do New England Journal of Medicine
publica um estudo sobre efeitos colaterais da testosterona em idosos. O
ensaio envolveu mais de 200 homens (quantidade maior que a maioria dos
protocolos envolvendo hormônio masculino) americanos, com mais de 65
anos e limitações à mobilidade. A média de idade (74 anos) era elevada,
assim como a prevalência de doenças crônicas, como diabetes mellitus,
hipertensão arterial e obesidade.
Para participar do estudo ainda era necessário que a concentração de testosterona no sangue estivesse no limite inferior da normalidade (valores normais ou graves deficiências excluíam o voluntário). A testosterona era formulada em gel a 1%, uma vez por dia, com dose ajustada conforme a variação nos exames laboratoriais.O estudo começou a recrutar pacientes em setembro de 2005, sendo prematuramente interrompido em dezembro de 2009. O motivo foi uma maior incidência de eventos adversos cardiovasculares no grupo que recebeu testosterona.
Simplesmente mais que o dobro de complicações. Como era de se esperar por conta do gel, também houve maior incidência de efeitos indesejáveis dermatológicos. O tratamento ainda aumentou a viscosidade sanguínea e reduziu tanto o colesterol bom (HDL) quanto o ruim (LDL).
A surpresa (para alguns) ficou por conta de meta-análises prévias que sugeriam neutralidade da testosterona em relação às complicações cardíacas. Os defensores do hormônio têm como contra-argumentar com dados do próprio estudo:
1-Não houve diferença na incidência de hipertensão, apesar do reconhecido efeito retentor de líquido e sódio da testosterona.
2-O grupo que recebeu o gel com hormônio já possuía uma maior quantidade de participantes com hipertensão arterial ou colesterol alto (embora o maior risco continue mesmo feito o devido desconto para esses fatores).
3-A amostra e o tempo de seguimento foram pequenos (embora bem maiores que a média dos estudos sobre o tema).
4-Os voluntários eram de risco muito elevado. De fato, idosos de mais de 70 anos com índice de massa de 30 não correspondem ao grupo que costuma usar este tipo de substância.
O estudo traz uma preocupação a mais em relação ao uso da testosterona. Não há dúvidas que acende uma luz amarela em relação ao tratamento da suposta “andropausa” e agrega dados para uma área tão carente de evidências científicas.
Para participar do estudo ainda era necessário que a concentração de testosterona no sangue estivesse no limite inferior da normalidade (valores normais ou graves deficiências excluíam o voluntário). A testosterona era formulada em gel a 1%, uma vez por dia, com dose ajustada conforme a variação nos exames laboratoriais.O estudo começou a recrutar pacientes em setembro de 2005, sendo prematuramente interrompido em dezembro de 2009. O motivo foi uma maior incidência de eventos adversos cardiovasculares no grupo que recebeu testosterona.
Simplesmente mais que o dobro de complicações. Como era de se esperar por conta do gel, também houve maior incidência de efeitos indesejáveis dermatológicos. O tratamento ainda aumentou a viscosidade sanguínea e reduziu tanto o colesterol bom (HDL) quanto o ruim (LDL).
A surpresa (para alguns) ficou por conta de meta-análises prévias que sugeriam neutralidade da testosterona em relação às complicações cardíacas. Os defensores do hormônio têm como contra-argumentar com dados do próprio estudo:
1-Não houve diferença na incidência de hipertensão, apesar do reconhecido efeito retentor de líquido e sódio da testosterona.
2-O grupo que recebeu o gel com hormônio já possuía uma maior quantidade de participantes com hipertensão arterial ou colesterol alto (embora o maior risco continue mesmo feito o devido desconto para esses fatores).
3-A amostra e o tempo de seguimento foram pequenos (embora bem maiores que a média dos estudos sobre o tema).
4-Os voluntários eram de risco muito elevado. De fato, idosos de mais de 70 anos com índice de massa de 30 não correspondem ao grupo que costuma usar este tipo de substância.
O estudo traz uma preocupação a mais em relação ao uso da testosterona. Não há dúvidas que acende uma luz amarela em relação ao tratamento da suposta “andropausa” e agrega dados para uma área tão carente de evidências científicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário