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Resumo
A
disfunção erétil (DE), outrora denominada erroneamente de impotência
sexual, é um problema bastante comum e angustiante que acomete o homem.
Considerada quase que exclusivamente de origem psicogênica até a década
de 80, o melhor entendimento da fisiologia da ereção, bem como de sua
fisiopatologia possibilitaram identificar causas orgânicas responsáveis
por essa condição, que hoje sabemos serem muito mais freqüentes do que
imaginávamos. Apesar de ser uma desordem benigna, esta disfunção pode
interferir com a saúde física e psicossocial do paciente e/ou sua (seu)
parceira (o), impactando de forma significativa na sua qualidade de
vida. No Brasil, um estudo revelou que a DE acomete 45,1% dos homens
adultos, em algum grau. Estima-se que, atualmente, cerca de 25 milhões
de homens brasileiros com mais de 18 anos de idade sofram de algum grau
de disfunção erétil e que 45% destes tenham disfunção moderada ou grave,
mostrando que essa condição deve ser considerada um problema de saúde
pública importante em nosso meio. Nesta revisão de literatura,
pretendemos rever e expor os principais conceitos que envolvem o tema
disfunção erétil, possibilitando ao médico generalista uma forma prática
de abordagem diagnóstica e terapêutica dos que sofrem dessa doença.
Introdução
A
disfunção erétil (DE), outrora denominada erroneamente de impotência
sexual, é um problema bastante comum e angustiante que acomete o homem.
Considerada quase que exclusivamente de origem psicogênica até a década
de 1980, passou a ser mais extensamente estudada, de forma que o
entendimento da fisiologia da ereção, bem como de sua fisiopatologia,
possibilitaram identificar causas orgânicas responsáveis por essa
condição, favorecendo a descoberta de novos recursos utilizados para seu
tratamento.
Várias definições de disfunção erétil já foram
descritas. Atualmente, pode ser definida como a incapacidade persistente
do homem atingir e/ou manter a ereção peniana o suficiente para a
penetração ou para o término do ato sexual de maneira satisfatória(1).
Apesar de subjetiva, esta definição envolve dois aspectos: ereção
peniana insatisfatória, seja pela falta de rigidez, pelo exíguo tempo de
ereção ou pela baixa freqüência de ocorrência das ereções, e
dificuldade para realizar atividades sexuais (como a penetração, por
exemplo).
Apesar de considerada desordem benigna, esta disfunção
pode interferir com a saúde física e psicossocial do paciente e/ou
sua(seu) parceira(o), impactando de forma significativa na qualidade de
vida(2). Está relacionada a baixa auto-estima, dificuldade de
relacionamento social e maior tendência a relacionamentos
extraconjugais. Associa-se também com menor freqüência de relações
sexuais e maior incidência de ejaculação rápida e falta de libido(3).
Alguns
estudos epidemiológicos recentes evidenciam alta prevalência e
incidência de disfunção erétil em todo o mundo, assim como sua
associação direta com o envelhecimento(4). Um destes estudos revelou
que, no Brasil, a DE acomete 45,1% dos homens em algum grau(2). Com o
avançar da idade, observa-se maior número de homens acometidos e uma
tendência a formas de apresentação mais graves. Entre 18 e 39 anos, 32%
dos brasileiros têm disfunção erétil mínima, 10,3% moderada e 1,1%
completa (impotência). Acima dos 70 anos há 21,1% de disfunção erétil
mínima, 35,1% moderada e 12,3% de disfunção completa(2).
Estima-se
que, atualmente, cerca de 25 milhões de homens brasileiros com mais de
18 anos de idade sofram de algum grau de disfunção erétil e que 45%
destes tenham disfunção moderada ou grave, mostrando que essa condição
deve ser considerada um problema de saúde pública importante em nosso
meio(5-7). Resultados do primeiro estudo prospectivo sobre sua
incidência em homens brasileiros sugerem que cerca de um milhão de casos
novos aparecem a cada ano em homens de 40 a 70 anos de idade(8).
Estes
dados epidemiológicos são comparáveis às estatísticas internacionais. O
primeiro estudo epidemiológico de larga escala, Massachusetts Male
Aging Study (MMAS), demonstrou prevalência de 52% de disfunção erétil em
homens de 40 a 70 anos em Boston, nos Estados Unidos. Neste estudo, os
autores encontraram 17,2%, 25,2% e 9,6% de disfunção erétil mínima,
moderada e completa, respectivamente(1).
Baseados nesses estudos epidemiológicos, podemos observar que:
·
A prevalência da DE é bastante elevada no homem idoso, afetando
aproximadamente 50% dos homens acima de 60 anos. Em muitos casos, ela se
manifesta na quinta década de vida, aumentando sua freqüência e
gravidade após os 60 anos(9-11) · A incidência e prevalência da
disfunção erétil estão associadas à presença de fatores de risco e
comorbidades, particularmente doenças cardiovasculares, diabetes
mellitus e síndrome metabólica (obesidade, hipertensão arterial,
diabetes mellitus, hipercolesterolemia). Portanto, a modificação do
estilo de vida é medida efetiva para melhorar não apenas a função
erétil, como a saúde em geral. Mais recentemente, a depressão e sintomas
miccionais foram incluídos na lista de comorbidades que se relacionam
com a disfunção erétil(12).
Etiologia e fatores de risco
Ainda
que o declínio da atividade sexual masculina seja considerado um
fenômeno natural e esperado, a presença de DE como queixa clínica deve
ser valorizada no interrogatório médico, diagnosticada apropriadamente e
tratada. Psiquiatras, urologistas, endocrinologistas, cardiologistas e
geriatras são os especialistas que mais freqüentemente se deparam com o
homem com DE.
O fenômeno da ereção se dá através de mecanismo
neurovascular dependente de controle hormonal no qual estão envolvidos
dilatação arterial, relaxamento da musculatura lisa trabecular e
ativação do mecanismo venoclusivo(13). Dentre as diversas causas de DE
podemos citar as de origem neurogênica, hormonal, vascular,
farmacogênica, psicogênica, secundária a doenças crônicas e iatrogênicas
(radioterapia e cirurgias pélvicas)(4).
Fatores de risco vêm
sendo identificados com base no conhecimento da fisiologia da ereção. Já
está bem definido que a DE compartilha os mesmos fatores de risco que
as doenças cardiovasculares, como sedentarismo, obesidade, tabagismo,
hipercolesterolemia e a síndrome metabólica(1). Muitos destes estão
relacionados ao estilo de vida e podem ser modificados, diminuindo o
risco de desenvolver DE, tais como atividade física regular, redução de
peso e controle da obesidade(14,15).
Diagnóstico
A
atual disponibilidade de drogas orais seguras e efetivas para DE,
associada ao grande interesse da mídia nessa situação têm resultado no
aumento do número de homens que procuram ajuda médica. Muitos médicos,
sem o conhecimento teórico adequado, assim como com pouca experiência
clínica no diagnóstico e tratamento dessa desordem estão envolvidos com o
tratamento da DE. Nessas circunstâncias, a doença de base que causa o
sintoma (DE) pode permanecer sem tratamento. Fatos como esses tornaram
necessário o desenvolvimento de diretrizes clínicas para o diagnóstico e
tratamento de DE(1).
Avaliação básica A história
médica e psicológica detalhada dos pacientes e parceiras deve sempre ser
considerada como o primeiro passo na avaliação da DE(16,17). Ela poderá
revelar algumas desordens que comumente estão associadas à
fisiopatologia da DE, conforme mostra a Tabela 1(18).
O
profissional deve, sempre que possível, envolver a(o) parceira(o) nas
consultas, na importante tentativa de criar um elo de confiança entre
todos, facilitando a compreensão do problema e a estratégia terapêutica a
ser empregada. Caso isso não ocorra no primeiro contato, esforços devem
ser feitos para atrair a(o) parceira(o) nas próximas visitas.
História sexual Deve
incluir informações sobre relações sexuais pregressas e atuais, estado
emocional em que o indivíduo se encontra, época de início e duração dos
problemas relacionados à ereção, assim como todos os tratamentos
prévios. Detalhes sobre a qualidade da ereção, seja matinal ou no
intercurso sexual. Dados relacionados à duração e rigidez devem ser
obtidos. Da mesma forma, devem ser investigados problemas relacionados
com orgasmo e ejaculação. Sendo assim, para se obter uma idéia objetiva
da dimensão da disfunção, pode-se lançar mão de questionários validados e
utilizados mundialmente, como o Índice Internacional de Função Erétil
(IIFE), que pode ser útil na escolha do tratamento.
Exame físico Dar-se-á
atenção especial aos órgãos geniturinários e aos sistemas endócrino,
vascular e nervoso(16). Podem ser detectadas alterações que muitas vezes
passam despercebidas pelo próprio paciente, tais como doença de
Peyronie, hiperplasia prostática benigna ou câncer de próstata, da mesma
forma que sinais compatíveis com hipogonadismo(17). Todos os homens com
DE devem ser submetidos a toque retal, tanto para avaliação prostática
quanto para a pesquisa de tônus anal que eventualmente podem ser um
indicativo de lesão neurológica quando diminuído.
Exames laboratoriais Devem
ser solicitados, direcionados pela queixa clínica e fatores de risco
conhecidos porém, todos os pacientes com DE deverão realizar dosagem de
glicemia de jejum, colesterol e triglicérides séricos, caso não o tenham
feito nos 12 meses anteriores. Avalia-se, ainda, a testosterona sérica
total (colhida de amostra matinal). Sempre que possível, deve-se dar
preferência à testosterona livre calculada, baseando-se no nível de SHBG
(proteína ligadora dos hormônios sexuais), por ser mais fidedigna na
detecção de casos de hipogonadismo. Caso sejam confirmados níveis
subnormais de testosterona, dever-se-á obter a dosagem hormonal
adicional de prolactina, hormônio folículo-estimulante (FSH) e hormônio
luteinizante (LH), para melhor esclarecimento. Na suspeita de câncer de
próstata e em todos os homens com 45 anos ou mais, deve-se solicitar a
dosagem do antígeno prostático específico (PSA).
O fluxograma para avaliação básica do paciente com DE está apresentado na Figura 1.
Testes especiais Existem
situações especiais em que se torna necessária uma avaliação
especializada do paciente com DE. Tais testes são pouco utilizados na
prática clínica.
a. Tumescência e rigidez peniana noturna (TRPN) Cada
vez menos utilizado, tem como principal objetivo a diferenciação entre
DE orgânica e psicogênica, sendo considerado método útil frente a
pacientes jovens, tratados para DE sem obter resultados(4).
Consiste
na utilização de aparelho eletrônico adequado (RigiScanTM) para
aferição da tumescência e rigidez por pelo menos por duas noites
consecutivas. Havendo ereção com no mínimo 60% de rigidez registrada na
ponta do pênis, com duração igual ou superior a dez minutos, deverá ser
considerada como indicativa de mecanismo funcional de ereção(19).
Figura 1 - Estratégia diagnóstica na avaliação da disfunção erétil(1).
b. Teste de ereção fármaco-induzida (TEFI) Oferece
informação limitada com relação à saúde vascular peniana. A
positividade do teste é definida como ereção rígida, podendo ser aferida
de forma subjetiva pelo médico e/ou paciente ou por meio da utilização
do RigiScanTM (4). Dez(1) ou vinte minutos(4) após a administração oral
de 5 mg de diazepam, faz-se injeção intracavernosa de 10mcg de
prostaglandina E1 e 1mg de fentolamina, associada a estímulos eróticos
visuais (vídeos, revistas), podendo ser repetida a injeção com dose mais
alta de prostaglandina e fentolamina (15 mcg e 1,5 mg) associadas com
papaverina (30 mg) caso a ereção não tenha sido total(4).
A
presença de ereção rígida significa que o sistema caverno-venoclusivo é
normal, porém o contrário pode não ser verdadeiro. Foi demonstrado que o
uso de nicotina pode inibir resposta erétil à papaverina em homens
normais(20).
Nos casos em que o TEFI mostrar-se inconclusivo,
prossegue-se a investigação com a utilização de ultra-sonografia com
duplex-scan das artérias penianas.
c. Ultra-sonografia com "duplex-scan" das artérias penianas Consiste
em aferir a pressão da artéria dorsal do pênis em repouso e após
exercício com bicicleta ergométrica. O índice pênis-braço (pressão da
artéria dorsal do pênis dividida pela pressão da artéria radial) é
considerado normal se acima de 0,7 e patológico se abaixo deste
valor(22). Em caso de normalidade do estudo com duplex, não há
necessidade de prosseguimento com investigação vascular(1).
d. Arteriografia com cavernosografia/cavernosometria Este
exame é utilizado para a confirmação diagnóstica da DE de etiologia
vascular com possibilidade de tratamento cirúrgico. Deve ser considerado
exame de exceção. É o padrão-ouro para o diagnóstico de lesões
arteriais(4), sendo aplicado principalmente em casos de DE congênita ou
casos de trauma de bacia com sistema arterial íntegro(1).
e. Avaliação psicológica Antes
do início da entrevista, assegura-se ao paciente o sigilo ético de
todas as informações contidas. Tal segurança permite que o paciente
revele dados de sua intimidade sem riscos de perda da privacidade(4).
Na
presença de distúrbios psiquiátricos, estes pacientes deverão ser
acompanhados por psiquiatras com experiência em DE. Pacientes jovens
(menos de 40 anos de idade) com quadro sugestivo de DE primária devem
ser submetidos a avaliação psicológica pormenorizada antes de qualquer
tratamento orgânico(1).
Neste momento, tenta-se identificar e
classificar as queixas sexuais do paciente. No caso da DE e do
descontrole ejaculatório, é necessário tentar entender se esta queixa é
primária, secundária ou situacional, para se compreender também se este
problema se refere à dificuldade de obter ou manter a ereção. Busca-se
conhecer o desenvolvimento dos históricos afetivo, familiar, sexual e
emocional, devendo dar importância ao histórico de contato com amigos da
mesma idade. É possível a identificação de transtornos associados, como
a falta total ou parcial de desejo sexual, podendo existir correlação
com seu desempenho na vida profissional.
Figura 2 - Fluxograma de tratamento da disfunção erétil(1).
Tratamento
O
manejo inicial objetiva identificar e tratar causas ou fatores
etiológicos potencialmente tratáveis. Está bem estabelecida a associação
da disfunção erétil com alguns fatores reversíveis ou modificáveis,
incluindo hábitos de vida e uso de determinadas medicações. Tais fatores
devem ser remanejados simultaneamente com a instituição de medidas
terapêuticas específicas. Os benefícios das modificações no estilo de
vida e fatores de risco se aplicam especialmente em pacientes com DE e
comorbidades cardiovasculares ou metabólicas, como sedentarismo,
diabetes mellitus, dislipidemia e hipertensão arterial(22-24).
Geralmente,
a disfunção erétil não pode ser curada, mas sim controlada de maneira
satisfatória. Deve-se estabelecer uma estratégia de tratamento que
depende não apenas da eficácia e segurança, como também do custo e,
principalmente, da preferência e grau de satisfação do paciente e de
sua(seu) parceira(o). A maioria dos homens é tratada com medidas não
específicas (Figura 2).
Das causas ditas potencialmente curáveis,
a de origem hormonal é considerada a principal. A deficiência de
testosterona pode ser resultante de falência testicular primária ou
secundária a tumores pituitários ou hipotalâmicos. A avaliação endócrina
é indispensável nesses casos. A reposição de testosterona
(intramuscular, oral ou transdérmica) é efetiva e está indicada quando
outras causas de falência testicular forem afastadas. Essa reposição
deve ser feita com cautela em pacientes com história de prostatismo, de
forma que um exame digital retal e um teste de PSA devem preceder o
início da reposição hormonal(25).
Outra causa tratável é a DE
arteriogênica pós-traumática, que incide especialmente na população
jovem vítima de trauma perineal ou pélvico. Nesses casos, a cirurgia de
revascularização peniana está associada a índices de 60% a 70% de
sucesso em longo prazo em restabelecer a função erétil(1).
As modalidades específicas de tratamento da disfunção erétil se classificam em:
· Terapias de primeira linha: - Farmacoterapia oral - Psicoterapia sexual · Terapias de segunda linha: - Injeções intracavernosas - Dispositivo a vácuo · Terapias de terceira linha: - Prótese peniana.
Terapias de primeira linha
Farmacoterapia oral
1. Inibidores da fosfodiesterase-5 (PDE5) São
enzimas responsáveis pela degradação enzimática das formas
biologicamente ativas de guanosina monofosfato cíclico (GMPc) e de
adenosina monofosfato cíclico (AMPc) em moléculas inativas de GMP e AMP.
Dessa forma, no corpo cavernoso, a inibição da PDE5 leva ao aumento da
concentração intracelular de GMPc, provocando maior relaxamento da
musculatura vascular lisa, facilitando a ereção peniana(26). É
importante o conceito de que esses medicamentos não são indutores de
ereção, mas sim facilitadores, desde que na presença de estímulo sexual.
Atualmente,
quatro potentes inibidores da PDE5 estão liberados pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para consumo no Brasil:
sildenafila (Viagra®), tadalafila (Cialis®), vardenafila (Levitra®,
Vivanza®) e Iodenafila (Helleva®).
a. Sildenafil (Viagra®) Lançado
em 1998, foi o primeiro medicamento oral de efeito sistêmico eficaz e
bem tolerado no tratamento de pacientes com DE. Estudos farmacocinéticos
demonstraram que a concentração plasmática máxima do sildenafil é
atingida uma hora após a ingestão e que sua meia-vida é de
aproximadamente quatro horas. É comprovadamente efetivo (ereção com
rigidez suficiente para a penetração) após 30 a 60 minutos da
administração. Sua eficácia é reduzida com ingestão simultânea de
alimentos altamente gordurosos, devido à lentificação de sua absorção.
Estudos
demonstraram que a taxa de sucesso de sildenafil em população não
selecionada foi de 68% a 71%(27). Um estudo dose-resposta mostrou, após
24 semanas de tratamento, ereções efetivas em 56%, 77% e 84% em
pacientes tratados com 25, 50 e 100 mg de sildenafil, respectivamente,
comparado a 25% de resultado positivo em homens recebendo apenas
placebo(28). Tais resultados são semelhantes aos encontrados em estudos
clínicos controlados.
Estão disponíveis apresentações de 25, 50 e
100 mg. Recomenda-se uma dose inicial de 25 mg ou de 50 mg, a qual deve
ser remanejada de acordo com a resposta do paciente e efeitos
colaterais. A eficácia é mantida por aproximadamente 12 horas (29). Os
efeitos adversos são mínimos e geralmente autolimitados.
b. Tadalafil (Cialis®) O
tadalafil é também um inibidor altamente seletivo da PDE5, que vem
apresentando resultados bastante promissores em estudos clínicos.
Pesquisas de farmacocinética demonstraram que o medicamento é efetivo a
partir de 30 minutos de sua administração e seu pico de ação se dá com
duas horas. Sua meia-vida é de 17,5 horas, mas sua eficácia se mantém
por 36 horas(30).
Recomenda-se o início do tratamento com dose de
10 mg, ou meio comprimido, que deve ser remanejada de acordo com a
resposta do paciente e os efeitos colaterais. Em estudo recente, com 179
pacientes, observaram-se taxas de sucesso de 45,7%, 61,7%, 69,8% e
70,2%, com doses de 2, 5, 10 e 25 mg, respectivamente, resultado
comparado com 35% em pacientes recebendo placebo(31,32). O tadalafil é
sabidamente mais eficaz em facilitar a ereção em subgrupos de difícil
tratamento (diabéticos, prostatectomizados)(33,34).
Da mesma
forma que o sildenafil, os efeitos adversos são mínimos e geralmente
autolimitados com o uso contínuo(35). O tadalafil é 780 vezes mais
seletivo para a PDE5 do que em relação à PDE6 (localizada na retina).
Nos estudos já realizados não foram relatadas alterações visuais
decorrentes do uso dessa droga. A alimentação, bem como o consumo de álcool não exercem efeito deletério sobre sua eficácia.
c. Vardenafil (Levitra®, Vivanza®) O
cloridrato de vardenafil é outro inibidor seletivo da PDE5. Estudos
clínicos multicêntricos internacionais já mostraram resultados
satisfatórios. Pesquisas farmacológicas demonstraram resultados
farmacocinéticos muito semelhantes aos obtidos com o sildenafil. É
efetivo após 30 minutos da administração e sua absorção também é
influenciada pela alimentação gordurosa.
O vardenafil está
disponível nas apresentações de 5, 10 e 20 mg. Recomenda-se que o
tratamento comece com 10 mg. Os efeitos adversos são leves e
autolimitados com a continuação do tratamento. Um estudo
dose-resposta mostrou que o vardenafil melhorou a ereção em 66%, 76% e
80% de homens recebendo 5, 10 e 20 mg, respectivamente, após 12 semanas
de administração(36).
d. Iodenafil (Helleva®) O
carbonato de iodenafil é uma pró-droga que no organismo libera seu
metabólito ativo, o iodenafil, um inibidor seletivo da PDE5 que
apresenta propriedades farmacocinéticas lineares nas doses de 40, 80 e
160 mg, indicando comportamento dose-dependente. Lançado em 2007,
durante o 31º Congresso Brasileiro de Urologia, possui uma molécula
original desenvolvida inteiramente no Brasil. Dados fornecidos pelo
laboratório detentor de sua patente mostram que seu início de ação se dá
após 17 a 20 minutos e seu tempo de ação é de até 18 horas. Sua
eficácia não é influenciada pela ingestão de alimentos ou álcool(37).
e. Escolha do inibidor de fosfodiesterase-5 Até
a presente data não existem estudos duplo ou triplo-cegos
multicêntricos comparando a eficácia e/ou preferência do sildenafil,
tadalafil, vardenafil ou iodenafil. Os pacientes devem ser informados
sobre os efeitos (início e duração de ação) e possíveis desvantagens de
cada droga. Deve-se considerar, ainda, a freqüência de intercurso sexual
e a experiência pessoal.
Para considerar falha terapêutica com
uma dessas medicações, cada droga deve ser administrada por pelo menos
quatro vezes antes de trocá-la por outro inibidor da PDE5.
f. Segurança cardiovascular Estudos
clínicos demonstraram que sildenafil, tadalafil, vardenafil e iodenafil
não aumentaram a incidência de infarto do miocárdio nem alteraram
negativamente o tempo de exercício ou tempo de isquemia em teste de
esforço de pacientes portadores de angina estável(27,28,32).
g. Interação medicamentosa ·
Nitratos orgânicos (nitroglicerina, mononitrato de isossorbida,
dinitrato de isossorbida): são contra-indicações absolutas ao uso
conjunto com inibidores da PDE5. Eles resultam em acúmulo de GMPc e
quedas imprevisíveis na pressão arterial, levando a sintomas de
hipotensão. Em uma situação na qual um usuário de inibidor da PDE5
desenvolve dor precordial, o uso de nitrato deve ser postergado por pelo
menos 24 horas, caso o medicamento usado tenha sido o sildenafil, o
vardenafil ou o iodenafil e 48 horas no caso do tadalafil. Nesses casos,
outros antianginosos devem ser usados até o fim deste intervalo de
tempo. · Anti-hipertensivos: não se observa interação medicamentosa
significativa entre os anti-hipertensivos usuais e os inibidores da
PDE5, mesmo em usuários de associações de múltiplas drogas. ·
Alfa-bloqueadores: todos os inibidores de PDE5 interagem em algum grau
com drogas alfa-bloqueadoras, o que, em certas condições, pode resultar
em hipotensão ortostática. Esse efeito não é observado quando o
alfa-bloqueador em questão é a tansulosina (alfa 1 A - específico). O
tadalafil (Cialis®) é contra-indicado em usuários de alfa-bloqueadores,
exceto com a tansulosina(38). · Necessidade de ajuste da posologia:
certas drogas podem inibir o metabolismo dos inibidores de PDE5, como o
cetoconazol, itraconazol, eritromicina, claritromicina e alguns
anti-retrovirais (ritonavir, saquinavir). Esses agentes podem aumentar o
nível sérico dos inibidores de PDE5, o que exige menor dose de
administração. Ao contrário, rifampicina, fenobarbital, fenitoína e
carbamazepina podem acelerar o metabolismo dos inibidores de PDE5,
exigindo maior dose de administração. Lembrar que insuficiência renal e
disfunção hepática severa também podem requerer ajuste na dose desses
medicamentos.
2. Outros fármacos orais · Antagonistas
alfa-adrenérgicos (ioimbina, fentolamina): estudos randomizados
evidenciaram que a eficácia (ereção suficiente para o intercurso) da
ioimbina é semelhante a do placebo em pacientes com DE de origem
orgânica(39). Já a fentolamina se mostrou eficaz em 50% dos
usuários(40). No entanto, devido à sua modesta eficácia e ao escasso
número de trabalhos na literatura demonstrando seu valor, a fentolamina
foi retirada do arsenal terapêutico para tratamento de DE. ·
Trazodona: é uma medicação antidepressiva que bloqueia a recaptação da
serotonina, que pode apresentar algum papel facilitador na ereção
peniana. Relatos de aumento da libido e da função sexual com essa droga
levaram ao uso empírico da trazodona no tratamento da DE. Os resultados
da literatura são conflitantes: da mesma forma que a ioimbina, possui
eficácia comparada a do placebo nas disfunções eréteis de causas
orgânicas(40). · Apomorfina: diversos estudos já demonstraram
claramente sua baixa eficácia quando comparada aos inibidores de
PDE5(42). Atualmente, apesar de não estar aprovada para uso nos Estados
Unidos, alguns países têm indicado seu uso em DE psicogênica,
principalmente quando há contra-indicação ao uso dos inibidores da PDE5,
como o uso de nitrato(43).
Psicoterapia A psicoterapia
está indicada na maioria dos casos de disfunção erétil de origem não
orgânica, tanto como monoterapia quanto em associação com medicações
facilitadoras da ereção. É um método que exige tempo relativamente
prolongado de tratamento e está associado a resultados variáveis(44).
Terapias de segunda linha
Injeção intracavernosa Alprostadil
(Caverject®) - a injeção intracavernosa de drogas vasoativas foi, por
mais de 20 anos, o tratamento padrão para disfunção erétil. Atualmente, o
alprostadil, um análogo de prostaglandina, é o único medicamento
aprovado para injeção intracavernosa.
Observa-se ereção de 5 a 15
minutos após a aplicação. A duração de ação depende fundamentalmente da
dose injetada. A eficácia relatada é superior a 70% e o índice de
satisfação gira em torno de 90% a 93%(45). Um dos motivos de
insatisfação é a forma de aplicação, o que tem sido parcialmente
controlado através do desenvolvimento de mecanismos que atenuam a tensão
deste procedimento, como a caneta automática, que evita que o paciente
veja a agulha de punção. Complicações da injeção intracavernosa
incluem: dor (50% dos pacientes), geralmente autolimitada ou minimizada
pela adição de bicarbonato de sódio ou anestésico local ereção
prolongada (5%), priapismo (1%) e fibrose (2%). Contra-indicações ao uso
são o antecedente de priapismo, hipersensibilidade ao alprostadil e
presença de discrasia sangüínea. Apesar de eficaz, a terapia intracavernosa está associada a alto índice de abandono do tratamento (40% a 68%)(46).
A
terapia intracavernosa é considerada modalidade de segunda linha,
devendo ser oferecida a pacientes não responsivos ao tratamento oral.
Nesses casos há 85% de sucesso no tratamento da DE(47).
Dispositivo a vácuo Este
dispositivo induz um ingurgitamento passivo dos corpos cavernosos e em
seguida, com a aplicação de um anel de borracha ou de silicone na base
do pênis, retém o sangue no interior dos corpos cavernosos, mantendo o
pênis ereto. Sua eficácia é de aproximadamente 90%, porém, nota-se
grande variação no seu índice de satisfação, de 27% a 94%(48), o que
está relacionado com alta taxa de abandono do tratamento nos primeiros
três meses (65%).
Como principais efeitos adversos são citados: dor, incapacidade de ejaculação, petéquias, hiperemia e edema.
Este
dispositivo não apresenta boa aceitação entre pacientes jovens, mas se
deve considerá-lo como modalidade de escolha em pacientes idosos, bem
orientados, que apresentem contra-indicações a modalidades mais
invasivas de tratamento.
Terapias de terceira linha
Implante de prótese peniana Os
pacientes portadores de disfunção erétil de causa orgânica são os
candidatos ideais para o implante de prótese peniana, especialmente
quando outras modalidades terapêuticas foram mal-sucedidas,
contra-indicadas ou rejeitadas pelo paciente. Pode ser também indicada
nos pacientes que preferem uma resolução permanente para o seu problema e
em casos de DE psicogênica refratária à terapia convencional, inclusive
à psicoterapia bem conduzida, após período de 6 a 12 meses, na ausência
de psicopatia, e por orientação do profissional de saúde mental(1,4).
O paciente precisa ser informado dos seguintes aspectos:
· É procedimento cirúrgico sujeito a complicações · O procedimento é irreversível, na medida em que promove a destruição de tecido cavernoso ·
A prótese resolve somente o problema da rigidez peniana, possibilitando
a penetração. Não está relacionada à alteração da libido ou da
qualidade do orgasmo, bem como não provoca aumento das dimensões
penianas · Está eventualmente relacionada à alteração da sensibilidade peniana ·
A avaliação psicológica do paciente deve ser realizada com cautela,
evitando-se criar excessivas expectativas quanto ao resultado. Por isso,
recomenda-se evitar a indicação de implante de prótese em pacientes com
alto nível de ansiedade, deprimidos ou com baixa auto-estima ainda não
tratados.
Existem dois tipos de próteses disponíveis para
implante peniano: prótese maleável (semi-rígida) e prótese inflável (de
dois e três volumes). As próteses infláveis são as preferidas pelos
pacientes, já que possuem um mecanismo de funcionamento mais
fisiológico. As próteses maleáveis promovem rigidez constante do pênis,
devendo ser consideradas principalmente em homens idosos com baixa
freqüência de intercurso sexual(49). No entanto, devido ao alto custo
das próteses infláveis, as próteses maleáveis são implantadas com maior
freqüência em nosso meio.
Dentre as diversas modalidades de
tratamento para DE, o implante de prótese peniana mostra um dos mais
altos níveis de satisfação (70% a 87%)(50,51).
As principais
complicações do implante de prótese peniana são a infecção e as
complicações inerentes ao próprio procedimento. A incidência de infecção
pode ser reduzida por meio de técnica cirúrgica cuidadosa e realização
de profilaxia antibiótica contra bactérias gram-positivas e
gram-negativas(52,53). Sabe-se que a incidência de infecção e erosão da
prótese é maior em pacientes portadores de lesões medulares. O diabetes,
apesar de estar associado a risco aumentado de infecção, não mostrou
incidência aumentada de infecção da prótese. Diante do quadro de
infecção se deve iniciar o antibiótico, remover a prótese e aguardar 6 a
12 meses para novo implante. Tem sido descrito tratamento em tempo
único, com remoção, lavagem copiosa do corpo cavernoso e reimplante
simultâneo, com taxas de sucesso de até 82%(54).
Conclusões
Uma
grande revolução no tratamento da disfunção erétil, especialmente após o
desenvolvimento dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5, mudou
ativamente a história da sexualidade, refletindo sobretudo na população
de difícil tratamento (diabetes melitus, prostatectomizados). Em termos
de estratégia de tratamento, os pacientes devem ser estimulados a
experimentar todos os tipos de inibidores da PDE5 disponíveis. Para
aqueles resistentes à farmacoterapia oral, ou quando há contra-indicação
para ela, deve-se considerar a injeção intracavernosa, dispositivo a
vácuo e, finalmente, implante cirúrgico de prótese peniana.
O
progresso no tratamento da DE é incessante, de tal sorte que outras
terapias são aguardadas para um futuro próximo, como inibidores mais
específicos da PDE5, com ação mais prolongada, e a promissora terapia
gênica. Na prática, tal terapia seria feita por meio de uma injeção
intracavernosa periódica de um gene veiculado por um vírus, talvez
anualmente, permitindo a produção aumentada de óxido nítrico de modo
constante e previsível (55). |
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